Junho chegou com sua brisa mais seca, dias claros e noites que oscilam entre um friozinho e um calor que insiste em lembrar que o inverno por aqui é diferente. Mas e a moda? Ela também muda com o tempo — não só o tempo do clima, mas o tempo da cultura, das redes sociais e da realidade local. O Jornalino foi atrás do que é tendência e de como isso cabe (ou não) no guarda-roupa de quem vive em Costa Rica, no coração do Mato Grosso do Sul.

A estética boho volta — mas com mais consciência

A estética boho chic, com tecidos leves, franjas, estampas orgânicas e aquela vibe de liberdade quase hippie, está entre as grandes tendências de junho no Brasil. Mas cá entre nós, será que dá pra usar isso no dia a dia corrido de quem sai cedo pra trabalhar, passa na lotérica ou vai resolver algo na Prefeitura?

Sim, dá. O segredo está em adaptar: um colete de crochê artesanal sobre uma camisa básica já dá o toque boêmio, sem parecer que você saiu de um festival em São Paulo.

“O boho de agora tem menos pose e mais propósito. É sobre usar o que tem história. O que é feito à mão, o que vem da nossa terra, do tear, da agulha e do tempo.”

 

Cores que falam de suavidade e coragem

Enquanto a paleta outonal invade vitrines com bordô, marrom e verde pistache, outra tendência aparece como resistência: os tons manteiga, rosa pó e azul claro.

São cores que não gritam, mas sussurram. Falam de uma moda mais calma — quase um pedido de paz no meio do corre. Ótimas opções para quem quer elegância sem parecer que tá fantasiado de “look do dia”.

Calças largas e cintura baixa: o desafio do conforto x gosto

As passarelas de Berlim e os reels do Instagram não mentem: wide-leg e cintura baixa estão dominando. Só que aqui, entre uma feira de sábado e um almoço no quiosque do Sucuriú, talvez seja o caso de pensar duas vezes antes de seguir a moda à risca.

Quem quiser aderir sem abrir mão do conforto, a dica é apostar na calça de linho mais soltinha, com a cintura no lugar e uma camisa por dentro. Fica moderno, sem parecer personagem de novela.

Do salto à rasteira: um sapato diz muito

As sandálias com plataforma e os sneakers retrô estão com tudo. Mas em Costa Rica, onde se caminha muito, e o asfalto esquenta feito brasa, as flats tipo bailarina e as botinhas de couro com sola firme ainda são as favoritas — com razão.

O importante é lembrar: o calçado precisa acompanhar o ritmo da sua vida, não o da vitrine.

Acessórios: pequenos rebeldes no look

Quando falta verba pra renovar o armário inteiro (o que, sejamos honestos, é quase sempre), são os acessórios que salvam. Em junho, as apostas são:

• Maxi colares (pra levantar até o moletom mais velho);

• Bucket bags e chapéus (quem diria que esse chapéu de pescador ia virar moda?);

• Brincos exagerados (porque exagerar na orelha é mais barato que no casaco).

  E o que vem por aí?

  Enquanto aguardamos os desfiles da Alta-Costura de Paris e da Fashion Week de Berlim, que acontecem ainda neste mês, a pergunta que fica é: o que disso realmente chega aqui?

  Spoiler: muito pouco em forma literal, mas muita coisa em forma de ideia. Então, mais do que seguir tendências, o convite é reinterpretá-las.